*10º ano* - "Um erro inocente" - Dorothy Koomson

*10º ano* - "Um erro inocente" - Dorothy Koomson

Opinião pessoal

    Este livro surpreendeu-me, uma vez que eu já conhecia outras obras da autora e esta em particular é diferente do "habitual", porque em geral, Dorothy Koomson escreve sobre amor, amizade, ligações destruídas, e este livro em particular, envolve um crime. E toda a história se centra no crime, mostrando-nos as versões das diversas personagens, que se vão deparando com o passado e que descobrem segredos temíveis e inesperados das outras personagens.

    Nesta obra, há partes emocionantes, outras supreendentes, como quando a Poppy regressa da prisão e repara que os pais dela, que ela tanto esperava encontrar, a rejeitam e evitam, também há partes cómicas, por exemplo o comportamento obcessivo-compulsivo da Serena, que esconde sempre as facas em sitios estranhos para no caso de alguém assaltar a casa, não existirem potenciais armas, e até se esquece onde as pôs, e as preocupações da Serena com a sua filha Vitória, que é uma adolescente muito bem comportada e regrada, mas que mesmo assim, ela vê como um ser rebelde que pode fugir a qualquer momento e cometer erros terríveis, provavelmente devido às suas memórias de infância e adolescência, que não são as melhores. Existem também partes horríveis e macabras, como as descrições das violações que o professor de história fazia às adolescentes. Estas partes fizeram-me pensar muito sobre os riscos que nós, adolescentes corremos, muitas vezes porque nos sujeitamos a isso, e porque fazemos por isso. Compreendo que na adolescência é importante sentir-se bonita, mas daí a provocar professores como acontece na história, não me parece que esteja correcto. Para além disso, as jovens de hoje, assim como a Serena e a Poppy, gostam de mostrar o corpo e isso nem sempre é a melhor opção.

    Mas sem dúvida que a parte que mais me surpreendeu foi o final, por ser tão inesperado. Eu explico, durante toda a leitura, tentei antecipar se quem tinha morto o professor de história tinha sido a Poppy ou a Serena, uma vez que ambas se acusavam mutuamente, e juravam a pés juntos que não tinham sido elas. Eu não acreditava, as provas mostravam que uma delas tinha de ter sido, mas eu ainda não sabia qual delas. No final, há uma reviravolta na história que me surpreendeu bastante, porque se descobre que não fora nem uma nem outra, e mais não revelo para o caso de quererem ler o livro.

    Assim, aconselho este livro a todas as adolescentes, por ser muito actual nos seus temas, mas também a pais e mães, para que entendam o nosso mundo, e a nossa forma de pensar, e a todas as pessoas que gostem de ler. Numa escala de 1 a 5, a minha atribuição seria 4, uma vez que não é um livro que todas as pessoas gostariam de ler, por ter algumas partes de descrição que podem ferir pessoas frágeis e que não são fáceis de ler, mas também porque acaba por ser um bom método de reflexão, por ser um livro que nos mostra realidades como a da prisão, entre outros motivos...

 

 

Temáticas abordadas no livro - Contrato de Leitura 2º Período

O livro que li para o contrato de leitura foi Um erro inocente , de Dorothy Koomson. Esta obra agradou-me bastante tal como quase todos os livros da mesma autora, assim, numa escala de um a cinco dava-lhe definitivamente cinco. Este livro surpreendeu-me particularmente porque não apresenta as temáticas típicas da autora, que costuma escrever sobre racismo, histórias de amor impossível, paixões à primeira vista e outros temas relacionados com pessoas corajosas que levaram vidas difíceis. Ora, desta vez é-nos apresentado um livro intrigante, repleto de mistério e emoção no qual somos constantemente surpreendidos por segredos do passado das personagens.

Uma grande parte da obra passa-se na prisão e retrata a vida desumana que uma das personagens principais vive enquanto reclusa, depois de ter sido condenada por um crime que não cometeu. A temática das injustiças que se devem ao mau funcionamento da justiça interessou-me, porque consegui perceber como a vida de alguém fica manchada e como esse alguém é discriminado e olhado de maneira diferente depois de ter estado preso por um crime que não cometeu, e até a vida que muitos reclusos levam na prisão, que é péssima e sem condições.

Estes problemas são gravíssimos na minha opinião, porque vejo casos nos meios de comunicação de pessoas que sem cometer crimes, são condenadas. Lembro-me por exemplo do caso de um homem que foi condenado por homicídio, tal como acontece com a personagem Poppy no livro, e que depois de 20 anos na prisão foi libertado porque recorrendo às novas tecnologias conseguiu provar a sua inocência. Este homem relatava a sua história a um jornal, e contava que tinha sofrido imenso e que mesmo depois de estar em liberdade todos o olhavam de maneira diferente, até a sua própria família. Este caso tinha muitas semelhanças com o caso da Poppy e lembro-me de o ler no jornal precisamente porque o relacionei imediatamente com o livro.

Para além disso, conheci um caso semelhante de um vizinho da minha avó que foi acusado de posse de substâncias ilegais e foi condenado, mas que se dizia inocente. Portanto, quando foi preso ficou bastante frustrado, entrando num estado de loucura e acabou por se suicidar na prisão. Estes casos são extremamente dramáticos e na minha opinião, perfeitamente evitáveis com a tecnologia avançada que temos à nossa disposição.

Em suma, este é um tema bastante actual, que por vezes não nos lembramos que existe. Deste modo a obra que li foi-me muito útil uma vez que me levou a uma reflexão aprofundada sobre o nosso sistema de justiça e sobre a forma como julgamos as pessoas pela primeira impressão. Para além desta, encontrei muitas outras temática neste livro como a obsessão de jovens por alguém que admiram, discriminação , crime, entre outros… Mas de facto, a temática que despertou mais o meu interesse foi a que abordei. Gostei muito da obra e aconselho-a vivamente a todas as pessoas, quer sejam amantes da leitura ou não!