*10º ano* - "Frágil" - Jodi Picoult

*10º ano* - "Frágil" - Jodi Picoult

Primeira impressão de leitura - Contrato de Leitura

    Neste momento, li 67 páginas do livro e tenho a dizer que estou a gostar imenso e que o recomendo vivamente a todos vocês.

    A obra conta-nos a história de uma menina, chamada Willow, que sofre da doença osteogênese imperfeita, e por isso os seus ossos são muito fragéis e basta uma pequena queda para fracturar uns quantos ossos. Os pais de Willow souberam que a filha sofreria desta doença, um pouco antes de nascer porque numa ecografia apareceram muitos ossos partidos, no entanto não desistiram dela nunca. Assim, ela cresceu, no ponto da história em que me encontro já tem quatro anos e é a minha personagem favorita. Isto porque ela é uma criança magnífica, muitíssimo inteligente e com um enorme sentido de humor. Costuma fazer um jogo com o pai dela, Sean, todos os dias quando chega a casa, no qual tem de contar alguma coisa que aprendeu naquele dia, e ela aprende coisas que nem eu como leitora sabia. Os pais dela costumam dizer que não existe ninguém que consiga captar tanta informação como ela, e que a inteligência dela foi-lhe dada para compensar a doença. E assim se passam os dias de Willow, entre casa e o hospital, até a um dia, em que ela e a sua família decidiram visitar a Disney World, viagem essa na qual a Willow estava entusiasmadíssima, mas antes mesmo de chegarem até ao destino, o pior aconteceu e Willow caiu, fracturando os dois femures. Foi levada imediatamente ao hospital mais próximo, e quando os médicos viram as fracturas, chamaram a polícia porque pensaram que os pais tinham feito aquilo à menina, uma vez que esta apresentava nódoas negras e sinais de fracturas anteriores. Assim, os pais de Willow foram levados para a esquadra onde ficaram detidos, e a meia-irmã mais velha de Willow, Amelia foi levada para uma instituição de crianças.

    Na sequência deste acontecimento, os pais de Willow conheceram uma advogada, Marin, que é de opinião que Willow nunca devia ter nacido e que os aconselha a processar a ginecologista que acompanhou a gestação de Willow por niglicência médica, porque não avisou os pais da doença que iriam enfrentar numa fase de gravidez pouco avançada, na qual ainda fosse possível escolher se queriam ou não ter aquele bebé. Sean, pai de Willow, rejeita de imediato a sugestão, uma vez que a ginecologista era a melhor amiga de Charlotte, a sua esposa. Mas Charlotte fica indecisa e pensativa sobre o assunto.

    Como vêem, esta obra está a ser interessantíssima, e leva-nos a questionar a nossa própria vida, o que deve ou não levar-nos a rejeitar uma criança, isto é, será que teria sido melhor abortar no ínicio da gestação? Tirava-se muito trabalho àqueles pais, mas será que Willow, com a sua inteligência fora do comum, o seu sentido de humor e tudo de bom que tem, não merece a vida que tem? É uma questão difícil, e espero que os pais dela não sigam com o processo em tribunal porque seria uma crueldade para a sua vida. Saber que os seus pais foram para tribunal processar a ginecologista por não os ter deixado matá-la,  só porque nasceu com uma doença incurável.

    Eu, sou defensora da vida, e por isso estou bastante curiosa por ler este livro, também pelos conhecimentos do mundo que ele nos traz, e pelos promenores da vida nos hospitais que nos dá a conhecer, uma vez que eu própria sonho trabalhar lá.

 

Opinião pessoal

Esta obra tocou-me particularmente, não pelas emoções que me fez sentir, que foram imensas, mas principalmente pela ideia principal que deixou em mim – que às vezes somos mesmo idiotas, e ainda por cima quando é um livro que nos faz perceber isso!

Eu explico – é que durante a leitura desta obra, há um desenrolar de acontecimentos que levam o leitor a crer que Willow nasceu devido a um caso de negligência médica durante a gravidez da sua mãe, uma vez que a obstetra que lhe fez as primeiras ecografias, e que por acaso era a melhor amiga da mãe de Willow, sabia da doença que a menina teria, e não avisou a mãe dela (Charlotte) atempadamente, na medida em que esta pudesse decidir abortar ou não.

Apesar de que, quando Charlotte decidiu processar Piper (a sua melhor amiga e obstetra), eu não concordei de todo com esta decisão, pelo facto de Piper e Charlotte serem melhores amigas, e porque Willow já tinha nascido e era uma menina maravilhosa. Por isso, caso eu estivesse na posição de Charlotte, nunca seria capaz de afirmar que Willow não deveria ter nascido só porque tinha osteogénese imperfeita.

No entanto, com o desenrolar da acção, tudo nos leva a crer que o processo contra Piper tinha sido a atitude mais acertada, e leva-nos a torcer para que Charlotte ganhe o caso. No entanto, o final da obra mostra-nos toda a verdade. É um final inesperado, no qual Charlotte ganha o caso, e recebe oito milhões de euros de indemnização pela negligência médica, como estávamos à espera. No entanto, pouco tempo depois, Willow descuida-se perto de um lago gelado e acaba por cair lá dentro e morrer afogada.

Assim, perante este final, eu como leitora penso que fui uma idiota por acreditar que aquela atitude era acertada. Fui idiota por acreditar que tudo ficaria bem se Charlotte ganhasse o caso. Mas principalmente, fui idiota porque, assim como Charlotte, esqueci-me de que o mais importante aqui era Willow, e não o caso nem a indemnização.

Apesar disto, gostei muito da obra, a história é intrigante, tem momentos divertidíssimos, e outros entristecedores. Mesmo assim, é um livro estrondoso. Com um grande impacto no leitor. Aprendi imenso com este livro, nomeadamente com Willow, devido à enorme cultura geral que esta tinha, e à sua curiosidade sem fim. Confesso que me apaixonei pela personagem, identifiquei-me um pouco com ela, e admirei-a imenso, pelas suas reflexões tão verdadeiras apesar de inocentes e ingénuas, típicas das crianças.

Devido a esta obra, acabei por fazer uma reflexão comigo mesma que tem o seu lado irónico, que passa pelo facto de nós, por vezes sermos tão facilmente destroçados e destruídos, de por vezes sermos tão frágeis e ficarmos em pânico com os mais pequenos obstáculos, e Jodi Piocult, dá-nos uma lição destas, através de uma personagem maravilhosa de apenas 4 anos, que apesar da sua doença, e de toda a sua fragilidade física, não é destruída por nada. E encara a sua vida problemática com uma alegria e com uma força de vontade esplêndida.

Considero que este é um livro a não perder, penso que não será preciso ser um grande apreciador de romances para gostar deste em particular, basta que goste de intriga. Assim, aconselho-o ao público em geral, por isso dou os habituais conselhos: tenham a idade que tiverem, não percam o gosto pela leitura, e não se esqueçam do quanto é bom ler, e do prazer que nos dá.